Veja 12 maneiras de reduzir a chance de sofrer um AVC

VEJA 12 MANEIRAS DE REDUZIR A CHANCE DE SOFRER UM AVC

Segundo o Ministério da Saúde, 99,5 mil brasileiros morreram em decorrência de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) em 2018. No ano anterior, o número registrado foi de 101,1 mil óbitos. Já em 2016 e 2015, 102,9 mil e 100,5 mil, respectivamente. Apesar da redução, o AVC é a segunda principal causa de morte no país, atrás apenas da cardiopatia isquêmica. As duas doenças têm permanecido nos últimos 15 anos como as mais letais também em todo o mundo, de acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde). Somente em 2016, foram 15,2 milhões de pessoas.

O AVC acomete de crianças a idosos. Porém, observa-se que o risco aumenta com a idade, sobretudo a partir dos 50 anos, quando dobra a incidência de casos. Pessoas dessa faixa etária são mais predispostas a apresentar hipertensão, diabetes, colesterol alto e insuficiência cardíaca, que são alguns dos fatores de risco. Outras causas são, independentemente da fase da vida, obesidade, tabagismo, uso excessivo de álcool e drogas, sedentarismo e histórico familiar.

Já em crianças e adolescentes a ocorrência é baixa e as causas, diferentes, como má formação da artéria, anemia falciforme, deficiência enzimática e problemas de coagulação (quando o sangue coagula muito, facilita a trombose, ou se não coagula, causa hemorragia).

Mas, afinal, o que é um acidente vascular cerebral? A doença, conhecida popularmente como derrame, é denominada do tipo isquêmico quando a obstrução de uma ou mais artérias causa a falta de circulação de sangue em determinada área do cérebro —o que representa cerca de 80% dos casos. Esse processo é causado pela aterosclerose, ou seja, placas de gordura se formam e se acumulam nas paredes das artérias, por causa do colesterol alto, por exemplo. O que reduz o espaço para o sangue fluir, facilitando a formação e o rompimento de coágulos.

Já o do tipo hemorrágico é caracterizado pelo sangramento causado pelo rompimento de um vaso cerebral, motivado principalmente por hipertensão, ruptura de um aneurisma e doenças cardíacas. Nesse caso, a letalidade é maior. No entanto, os principais parâmetros da gravidade de um AVC são o tamanho e a localização. Eles que definem as sequelas e o sucesso da recuperação do paciente.

Inclusive, vale o alerta aos portadores de problemas no coração. Esses pacientes devem seguir rigorosamente as recomendações médicas e, sobretudo, fazer uso de anticoagulantes quando determinado, a fim de evitar a embolia (obstrução de vaso sanguíneo). Uma pessoa que já infartou ou apresenta quadro de insuficiência ou arritmia cardíaca (falta de ritmo nos batimentos do coração) tem mais chance de sofrer um AVC.

Os sintomas mais comuns são dificuldade para falar, tontura, forte dor de cabeça, dormência ou fraqueza do corpo e perda súbita de visão. Ao sentir esses efeitos, procure atendimento médico com urgência, pois a falta de oxigênio provoca rapidamente a morte das células cerebrais, que não se regeneram. Estaticamente, a chance de ter outro aumenta em 11 vezes.

Apesar da gravidade e do alto índice de óbitos, existem recomendações para reduzir as chances de sofrer um AVC. Veja quais são elas:

Controle a pressão

A hipertensão é disparada o maior fator de risco, sendo responsável por mais de 50% dos casos. A parte interna das artérias é composta pelo endotélio, tecido que permite que o sangue circule livremente, sem formar coágulos. A pressão alta danifica essa área, o que motiva a formação de trombos sanguíneos. Além disso, acelera a aterosclerose e o processo inflamatório na parede do vaso. Por isso, mantenha a pressão arterial na marca de 12/8, com a redução do consumo de sal e uma alimentação rica em fibras, legumes, frutas, verduras e cereais.

Reduza a gordura

O colesterol ruim (LDL) também agride o endotélio, e representa 25% das causas de AVC. O aumento de placas de gordura desencadeia a aterosclerose e pode obstruir as artérias. Portanto, evite açúcar refinado, farinha branca e o consumo de alimentos ricos em gorduras saturadas e trans (salgadinho de pacote, bolacha recheada, carnes gordurosas, leite integral, margarina). Prefira peixe, oleaginosas (nozes, castanhas, avelã) e produtos integrais, para estabelecer as taxas recomendadas: HDL (bom) 40 mg/dl; LDL (ruim) 130 mg/dl; total (mistura do bom com o ruim) 190 mg/dl.

Modere no açúcar

O diabetes pode ser causado por fatores genéticos, mas também por uma dieta farta em açúcar, carboidrato e gordura. Não abuse de farinha branca, bebida alcoólica e docinhos de sobremesa. Troque por alimentos integrais e ricos em fibra, leguminosas, legumes, verduras e adoçante. Assim, você não ultrapassará o nível de 99 miligramas de glicose por decilitro de sangue (mg/dl) e evitará lesões no endotélio e doenças cardíacas.

Cuide do coração

As cardiopatias são fatores de risco importantes de AVC. A fibrilação atrial, por exemplo, promove o batimento irregular do coração, o que favorece a formação de coágulos, que podem ser liberados e chegar ao cérebro. Essa arritmia está relacionada com a idade, e atinge 10% das pessoas acima de 70 anos e 20% daquelas com mais de 80 anos. O infarto do miocárdio e a insuficiência cardíaca também aumentam a probabilidade de sofrer um derrame.

Atente ao peso

A obesidade facilita o surgimento de hipertensão, colesterol e diabetes. Por outro lado, pode causar, mesmo isoladamente, o AVC. O acúmulo de gordura no tecido adiposo abdominal forma substâncias que aumentam a formação de plaquetas, que é um dos elementos do sangue envolvido com a coagulação. Além de gerar síndromes metabólicas, o excesso de peso provoca apneia, que compromete a respiração e gera alterações cardiovasculares e complicações circulatórias.

Relaxe

O estresse promove a agregação das plaquetas, que funcionam no sistema de coagulação, e aumenta a pressão arterial, a arritmia cardíaca e a contração das artérias. Mude a vida cotidiana para sanar a irritação e a ansiedade, diminua a carga de trabalho, controle a ansiedade e fique atento à depressão. Realize atividades que tranquilizem a mente e o corpo.

Não fume

As substâncias contidas no cigarro lesam o endotélio e estimulam o processo de aterosclerose, por serem potencialmente agressivas. Não importa a quantidade. Basta fumar para sofrer as consequências, que também podem aparecer no tabagismo indireto. Há estudos que mostram o aumento do número de casos de AVC em pessoas que convivem com fumante, quando se analisa a corrente sanguínea.

Beba com moderação

O excesso de consumo de álcool leva a doenças cardiovasculares, facilita a aterosclerose e aumenta a agregação das plaquetas. A intoxicação alcoólica é perigosa por que causa desidratação e, em razão disso, perda de volume sanguíneo circulante. Por isso, modere. Beber de forma crônica —todos os dias e em grande quantidade— lesiona o fígado, provoca problemas de coagulação e até um AVC hemorrágico.

Saia do sofá

O sedentarismo é um fator de risco baixo, mas importante, sobretudo nos hipertensos, obesos e portadores de diabetes e colesterol alto. Praticar exercício melhora o metabolismo corporal. Caminhe por 30 minutos todos os dias e faça atividades aeróbicas e de musculação. A intenção não é se tornar um atleta, mas trabalhar ações preventivas.

Durma bem

Dormir de 7 a 9 horas é o suficiente para regenerar as células lesadas durante o dia. O sono irregular ou a falta dele aumenta a pressão arterial e a arritmia cardíaca. A quantidade insuficiente pode impactar, ainda, no estresse e na ansiedade. Outros mecanismos podem prejudicar a qualidade do repouso, como a apneia.

Avalie o uso de pílula anticoncepcional

Esse método contraceptivo pode provocar trombose em mulheres com histórico de familiares de primeiro grau que tiverem tal doença antes dos 50 anos. Nesse caso, é necessário avaliar o uso com um médico. Não é uma situação de contraindicação, mas pode ser um fator de risco para quem tem tendência à formação de trombos em algum órgão. Associado ao tabagismo, a chance aumenta exponencialmente.

Faça exames periódicos

Avaliar a nossa saúde periodicamente pode ajudar a identificar a probabilidade de sofrer um AVC. Além da bateria geral para analisar as taxas de glicose e colesterol e a pressão arterial, vale rastrear o risco de doenças cardiovasculares, com a realização de exames como ultrassonografia, angiotomografia, angioressonância, ecocardiograma e holter. Intensifique o tratamento preventivo (a cada seis meses) caso tenha familiares de primeiro grau com histórico de doenças relacionadas ao AVC.

Fonte: UOL